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sábado, 7 de junho de 2014

Como Posso Lidar Com Meus Medos?

Canalizado mês de março de 2014
Vamos tentar ensinar-vos a conhecerem, gerirem, ultrapassarem e transformarem melhor os vossos medos. Vamos, através de uma pequena história, ajudar-vos mais a gerirem melhor os vossos medos.
Os medos “primários” são essencialmente gerados pela vossa mente. Suponhamos que a vossa mente está cortada em dois, uma parte gera tudo o que é luz, positivo, tudo o que é confiança, e a outra parte gera todos os problemas, sejam eles quais forem, todo tipo de medos, cada uma das duas partes da vossa mente quer dominar a outra.
A finalidade desta encarnação, a finalidade do trabalho que começaram e que continuam a cumprir, é iluminarem o mais possível a parte da vossa mente que gera esses medos que qualificamos de selvagens e destrutivos. Esses medos agem consideravelmente sobre o vosso corpo físico, fazem segregar hormônios que o paralisam completamente, podendo ir até a sua destruição.
Uma pequena parte dessas hormônios que os homens descobriram chama-se adrenalina. As subidas de medos irracionais são geradas por essas hormônios. A palavra “hormônio” de fato, não é completamente exata, isso situa-se muito além do que podem analisar com o que vos é autorizado na evolução que é atualmente a vossa.
Vamos contar-vos a história de uma jovem que habita uma pequena aldeia. Essa jovem tem tudo para ser feliz, uma família maravilhosa que a compreende e a ajuda. Ela é inteligente, mas está muito frágil e cheia de medos. A sua vida está cheia de medos ilusórios, medos que ela cria continuamente e que não consegue ultrapassar, o que é um handicap muito profundo na sua vida.
Os seus pais, desesperados por não conseguirem tranquilizar a sua filha, dizem-lhe:
“ Vai ver o santo homem, o sábio, que vive na nossa aldeia, ele ajudar-te-á, temos a certeza!”
A jovem não quer ir porque tem medo por não poder se expressar, de não estar à altura, tem medo de dizer tolices. No entanto os seus pais, que estão cheios de Amor por ela, conseguem pouco a pouco a tranquilizá-la e dizem-lhe:
“O homem santo não te julgará, ele aceitará ver-te tal como és, ele ajudar-te-á a ultrapassar os teus medos.”
Então a jovem dirige-se à casa do homem santo que mora na ponta da aldeia. Ela entra numa casa luminosa, toda branca, e vê, sentado em frente à mesa, um homem de certa idade, irradiando Luz e Amor. Ele diz-lhe:
“Vem sentar-te junto de mim!”
A jovem, tímida e ainda totalmente cheia de medo, senta-se junto do homem santo. Ela está confiante, ela sente-se tranquilizada. Os seus medos despareceram como por milagre, como se os tivesse deixado à porta. Ela sente-se totalmente livre, leve, feliz e serena. Ela diz ao homem santo:
“É extraordinário, nunca tinha vivido este estado de plenitude! Como pode isso acontecer? Queria conservar este estado de plenitude! Homem santo, peço-lhe ajuda. Como posso fazer para me libertar totalmente de todos esses pesos, de todos esses medos, de todas essas barreiras?”
Então o homem santo diz-lhe:
“Minha filha, compreendes que tu mesma crias todos esses medos que te atormentam! São formas-pensamento que têm uma realidade. Desde a tua meninice, sempre criaste e continuas a criar os medos que te acompanham! Eles estão muito perto de ti porque os alimentas. Eles querem que tu os reconheças, no mau sentido claro! Eles desejam estar totalmente e permanentemente ativos!
Vamos então fazer um joguinho os dois. Tu vais começar por convidar todos os teus medos para esta mesa, vais começar a dialogar com cada um deles, vais servir-lhes uma refeição, vais perguntar-lhes porque te incomodam, porque te torturam, porque te impedem de estares feliz! No início nem te responderão, até rirão das tuas perguntas. Eles não querem morrer, destes-lhes vida! Pouco a pouco o diálogo instalar-se-á entre ti e eles, reconhecê-los-ás cada vez mais, compreenderás a origem desses medos e da forma como os geraste.
Esta primeira lição é suficiente, regressa a tua casa e voltarás amanhã!”
A jovem retira-se e assim que passa a soleira todos os seus medos voltam, atacam-na, mordem-na, torturam-na e fica muito infeliz. Mas como o santo homem lhe disse para voltar no dia seguinte, ela pensa: amanhã será melhor, ele ajudar-me-á!
Entretanto ela sente-se um pouco mais leve, um pouco tranquilizada, passa uma muito boa noite e está muito impaciente por reencontrar o santo homem no dia seguinte. Esse dia chega, e com grande agitação vai encontrá-lo. O mesmo milagre acontece! Assim que passa a soleira, todos os medos desaparecem. Então faz simplesmente a seguinte pregunta ao santo homem:
“Porquê, santo homem, todos os meus medos desaparecem quando passo a soleira da tua casa?”
Ele responde-lhe:
Aqui não há lugar para os medos, há lugar para a confiança, para a paz, para o Amor e para a alegria, e mesmo que convides os teus medos a minha casa, eles não te farão nenhum mal! Olharás para eles, simplesmente!
Agora vais de novo convidar os teus medos e tomar consciência que na realidade não os receies mais. Discute com cada um deles e compreende a maneira como realmente os geraste. Vais compreender que nenhum medo pode realmente te atingir, a não ser apenas o desejo que eles te atinjam!
Trata um medo depois do outro, brinca com ele, ridiculiza-o. Ficará tão ofendido por não te desestabilizar que partirá, que irá embora, que te deixará, pois não tem mais nada para te tirar porque tu não lhe permites mais que ele tire seja o que for da tua vida.
Então o santo homem e a jovem começam por observar medos após medos. Ela conversa com um dos seus medos, depois com outro, brinca com eles, ri dos seus medos. Ela diz:
“Mas como! Como pude ter tanto medo de uma realidade que não existe?”
Pouco a pouco começa a pensar:
“Agora creio que deixarei de ter medo.”
O santo homem diz-lhe:
“Regressa para tua casa e volta amanhã.”
A jovem regressa para casa e depois de dar alguns passos, alguns medos reaparecem. Ela pensa:
“Mas com o santo homem brinquei com eles! Já não tinha medos, porque eles regressam? Existem menos, mas porque eles regressam sem parar se eu os tinha afastado?”No entanto estava muito mais livre do que no primeiro dia, ela volta para casa e adormece tranquilamente, sempre muito impaciente de regressar para ver o santo homem.
O terceiro dia chega. Ela bate à porta do santo homem, entra e encontra-o. Ele tem um lindo sorriso e diz-lhe:
“Agora posso dizer-te que estas curada; podes convidar os teus medos à mesa as vezes que desejares, podes brincar com eles mas eles não terão mais poder sobre ti porque juntos iremos até à raiz, à sua origem, e como para um jogo, retirá-los-emos e expô-los-emos à luz do dia, iluminá-los-emos com a Luz Divina; ensinar-te-ei a coisa essencial que é amares-te e amares os teus medos. Se amares os teus medos, eles desaparecerão! Se estiveres sempre com receio que eles te ataquem, dás-lhes energia para viverem continuamente e nunca te desfarás deles! Se os amares, se os reconheceres, se conversas gentilmente com eles enquanto ainda estão presentes e até ao momento em que desaparecerem definitivamente, eles deixarão de ter poder sobre ti!
Deves amar tudo o que emana de ti, seja o lado escuro ou o lado Luz. O amor é a única chave.
Vês, nesta casa cultivo o Amor, rego com Amor todas as manhãs o jardim que criei à minha volta; assim neste jardim de Amor há apenas lugar para as flores de Amor, para todo tipo de Amor, e os medos não podem passar a soleira! É por esta razão que, quando entraste neste lugar eles ficaram atrás da porta. Aprende a amar tudo o que és, aprende a amar os lados escuros do teu ser para dissolvê-los no Amor Universal.”
O santo homem acrescenta:
“Agora podes ir, voltarás para me ver muito mais tarde, para ver por onde andas simplesmente! Vai confiante mas sobretudo usa o Amor. Aprendeste a conversar com os teus medos, aprendeste a reconhecê-los, aprendeste a não temê-los mais, agora aprende a amá-los, e como a sombra é sempre absorvida pela Luz, os teus medos ficarão dissolvidos.”
A jovem vai embora totalmente tranquilizada. Confiante, sai da casa, tem uma pequena apreensão mas logo acalma essa pequena apreensão, essa pequena dúvida, sente-se leve, transformada, confiante e nasce nela um Amor que nem tinha consciência de ter. Regressa cantando e pensando que quando um novo medo “mostrar a ponta do nariz”, falará com ele, e perguntar-lhe-á:
“O que queres? O que esperas de mim? Se queres perturbar-me, atormentar-me, estás enganado porque gosto de ti como és! Então se aceitares o meu Amor, torna-te o meu companheiro e transforma-te em coragem, confiança e força!”
A jovem não precisou mais do mestre, do santo homem, ganhou total confiança nela, compreendeu que os medos, sejam eles quais forem, de onde eles vierem (sejam vindos desta existência ou de existências passadas) não podiam mais atingi-la, que todos esses medos não tinham mais nenhum poder sobre ela, que ela os amava.
Podem transformar todas as energias escuras que estiverem em vocês, em Luz. Talvez seja difícil compreenderem que devem amar o que chamam “medos” mas é a única maneira de os dissolverem e de se livrarem deles, de os transformarem em força e confiança.
Não vos pedimos para convidarem todos os vossos medos à vossa mesa! Convidem-nos um por um, será mais fácil de gerir porque não têm o santo homem à vossa mesa! Convidem-nos, falem com eles em voz alta ou em voz baixa, tentem compreendê-los, tentem amá-los e não tenham mais medos. Não tenham mais medo dos medos!
Também existem medos benéficos mas de momento eles não vos dizem respeito. Os grandes medos que geram para salvar a vossa própria vida, os medos que sentem quando há uma situação dramática são poucos frequentes. Também podem amar os medos desse género para manter o vosso sangue frio e gerir melhor as situações difíceis.
O medo paralisa-vos, tira qualquer possibilidade de análise e julgamento. Mesmo que por vezes vocês pensem: ”tento compreender, analiso muito bem”, vocês analisam apenas uma parte do fenómeno do medo.
Também devem compreender que neste momento estão e estarão cada vez mais confrontados com os medos, mas a medos que ainda não se tinham apresentado em vocês sob as formas que agora vestem.
Imaginem que veem um cristal com mil facetas, que poliam uma faceta de cada vez! É um trabalho considerável, um trabalho de precisão, de joalharia, de paciência, de Amor. Assim que tiverem polido, transformado, depurado ao máximo uma faceta, haverá mais outras para polirem, para transformarem! Antes que possam atingi-la, a perfeição pede um trabalho muito grande, uma constância muito grande.
Assim cada um de vocês está neste momento num trabalho de polimento, de aperfeiçoamento. Os medos que estão em vocês subirão cada vez mais mas vocês aprenderão a geri-los bem, a compreendê-los bem.
Gostaríamos de vos pedir (e através desta pequena história, esperamos que tenham compreendido bem) para tentarem não mentalizar muito tudo isto porque quanto mais mentalizarem os vossos medos, mais lhes dão força e energia. Claro, devem tentar compreender mas não lhes deem importância.
Nunca se devem cristalizar numa situação porque então dão poder ao lado escuro do vosso ser.
Chamamos-lhe “lado escuro” em oposição ao “lado Luz” porque são os dois lados que, de momento, são necessários para experimentar a vida, para ultrapassar continuamente os vossos diversos comportamentos. A partir do momento em que compreendam, em que não julguem, as coisas tornam-se muito mais simples, muito mais fáceis.

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